Sobre o Evento

O evento tem por finalidade historicizar, conhecer, discutir e refletir criticamente sobre a produção de materiais didáticos e paradidáticos elaborados para as escolas indígenas ao longo da história do Brasil. Resumidamente, os primeiros materiais didáticos foram produzidos por Organizações Não-Governamentais (ONG’s) que iniciaram o diálogo de produção desses materiais junto aos povos indígenas, enquanto que atualmente essa produção vem sendo realizada, em grande medida, pela Ação Saberes Indígenas na Escola, uma política do governo Federal realizada através de universidades e institutos federais brasileiros, universidades estaduais e, tendo a participação também das secretarias estaduais de educação, que têm, ao longo de dez anos, desenvolvido tal empreendimento juntos aos diversos povos indígenas no Brasil.

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Ao longo da história do Brasil, especialmente nos últimos vinte anos, as políticas de educação escolar indígena tiveram à frente diferentes atores sociais, mas especialmente os povos indígenas que, em colaboração com diferentes ONG’s, começaram a refletir sobre as suas escolas e sobre as políticas educacionais destinadas a esses povos. Esse momento foi crucial na elaboração de materiais didáticos e paradidáticos destinados a escolas indígenas, os quais estivessem mais próximos das suas realidades, o que proporcionou um momento importante nas políticas educacionais destinadas aos povos indígenas.

 

Tais políticas avançaram na formação e, consequentemente, em um novo momento da educação escolar indígena, em que professores indígenas assumiram as suas escolas e algumas discussões importantes, como currículos diferenciados, produção de material didático e projetos societários específicos e baseados em suas comunidades. Assim, passaram a reivindicar ativamente por melhores estruturas nas escolas indígenas nas aldeias, além do aumento da oferta das modalidades de educação nas escolas das aldeias.

 

Em algumas questões o avanço foi visível e o envolvimento de professores indígenas foi, e continua sendo, extremamente importante para o avanço das políticas públicas relativas a educação escolar indígena, sobretudo nos currículos das escolas, na docência com a presença majoritária de professores indígenas. Mas alguns pontos ainda necessitam de cobranças e de um olhar apurado, como é o caso de produção de material didático destinado a essas escolas.

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Vale lembrar que em 2009, no processo de grande debate havido no Brasil sobre a educação escolar indígena, através da Conferência sobre a Educação Escolar Indígena, criou-se a política dos Territórios Etnoeducacionais e uma das reivindicações presentes nos resultados finais da Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, que foi a culminância das Conferências Regionais, foi a necessidade da valorização dos conhecimentos e saberes indígenas a serem ensinados nas escolas.

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Nasceria, então, a Ação Saberes Indígenas na Escola, com a primeira edição em 2014. Desde então instituições educacionais, federais e estaduais, tem se dedicado, em parceria com os povos indígenas, trabalhado na formação continuada em letramento e numeramento, ao mesmo tempo em que trabalha na produção de material didático. No entanto, a despeito dos dez anos de existência, não há, ainda, um balanço sobre o que foi produzido, como foi a elaboração pedagógica para esta construção e também como foi feita a distribuição com vem se dando a utilização destes materiais nas escolas indígenas. Este é um dos objetivos do Seminário Nacional de Produção de Material Didático Indígena, aqui proposto.

 

Com a realização da programação deste evento, pretende-se fazer um balanço do histórico da produção de material didático para as escolas indígenas, mapeando sua produção inicial e o que veio sendo produzido nos últimos vinte anos, desde a criação dos primeiros cursos de Licenciatura Intercultural (2004) e da Ação Saberes Indígenas na Escola (2014). Com isso, espera-se poder refletir criticamente sobre o processo vivido até o momento, ao mesmo tempo em que pretende estimular a reflexão sobre o material existente e estimular avanços na produção futura de material didático para as escolas indígenas.

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Contribuição do evento para profissionais envolvidos:

O evento contribuirá com a formação de estudantes de graduação e pós-graduação, indígenas e não-indígenas, e será um momento de suma importância de pesquisadores, professores e gestores indígenas e não-indígenas refletirem sobre as políticas de produção de materiais didáticos e paradidáticos elaborados e destinados as escolas indígenas. O evento nos proporcionará fazer um levantamento dos materiais didáticos produzidos no Brasil, em especial nos últimos quarenta anos, referentes a produção de materiais didáticos para as escolas indígenas.

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Público-alvo do evento:

Estudantes de graduação e pós-graduação indígenas e não-indígenas, professores indígenas, pesquisadores indígenas e não-indígenas, representantes de movimentos sociais, gestores de políticas públicas educacionais.